Yoga Contemporâneo

Nesta aula iniciamos assim, o primeiro passo na descrição da neurofisiologia da meditação propriamente dia. Dialogamos sobre a definição operacional de meditação e o que ocorre no seu cérebro quando se inicia o "foco da atenção" em um "ponto só". Confira, é instigante e divertido aprender um pouco mais de nós mesmos.

Nesta aula discorremos sobre as primeiras pesquisas realizadas com o yoga e a meditação nos laboratórios de fisiologia do mundo. Sempre alinhavando a descrição fisiológicas com as implicações sociais (e vice-versa) do yoga no mundo, demonstro que o principal objetivo do yoga e a meditação se mostrarem mais "lógicos" e "científicos" é legitimar o seu sistema espiritual em um saber dominante na cultura ocidental que os líderes espirituais indianos se defrontam agora. Há uma ressignificação simbólica da doutrina à luz da linguagem biomédica. Essa estratégia se demonstrou ser altamente benfazeja no seu caráter proselitista mas, ambivalentemente, tem conduzido uma certa "obsessão" pela matéria em detrimento a alma.

Nesta aula apresento o contexto cultural, social e político que torna possível emergir uma nova fase do yoga e da meditação na Índia, o denominado Yoga Moderno. Moderno, não pois tecnológico ou "melhor", mas pois nasce na modernidade e se distingue de suas fases anteriores. Há novas influências que irão culminar com a ida o yoga e, portanto, de sua principal prática, a meditação, ser inserida em laboratórios de pesquisa biomédica pelo mundo. E, com isso, elevar a cultura indiana desvalorizada em seu período de colonização inglesa. Confere lá e comente.

Nesta aula abordo sucintamente um pouco da história do yoga/meditação (considero-os aqui como sinônimos) para que tenhamos ciência das adaptações e constâncias que esta prática sofreu de 5000 aC até os nossos dias. Abordo Yoga Sutras com um pouco mais de ênfase para descrever o objetivo de Patanjali (autor desse texto basilar que sistematiza pela primeira vez o que venha ser a meditação. Depois o período medieval com os Nathas e o surgir de um yoga mais "popular", o hatha-yoga. No período moderno o yoga encontra o Ocidente e se transforma mais uma vez.

Nesta aula apresentamos três perspectivas sobre a relação mente e corpo que serão importantes para as discussões posteriores. Dialogamos aqui sobre a perspectiva dualista de mundo, sobretudo Platônica e sua relação com o cristianismo e yoga a espera de um mundo ideal, seja ele o Paraíso, Nosso Lar ou o Nirvana ou Kaivalya. Depois abordamos a perspectiva monista, sobretudo de Spinoza e sua relação com o Deus que é parte de nós. E, por último, a perspectiva epifenomenalista, sobretudo Nietzsche e a busca não pela "essência" em nós, mas sobre o que decidimos ser.

Nesta aula abordamos a fisiologia do eixo do estresse e as suas fases. Dialogamos também sobre o conceito de homeostase e a relação de estresse, doença e sistema imunológico. Além disso, finalizamos já preparando para as próximas aulas de cunho mais filosófico e social; entre estresse físico ou empírico (calor, frio, fome e sede por exemplo) e o estresse mental ou subjetivo (das ficções que criamos sobre nós mesmos e o ambiente em que nos rodeia, como falta de grana ou ser corno): a resposta do estresse a secreção do hormônio cortisol nos acomete da mesma maneira, pois o corpo não diferencia entre um potencial perigo (agente estressor)materialmente constituído ou mentalmente erigido.

Nesta aula abordamos o conceito teórico de engramas e damos um primeiro passo para a compreensão posterior do mapeamento cerebral. Este início mais teórico tem olhos às aulas futuras em que introduziremos as regiões encefálicas envolvidas na prática meditativa; por isso agora, é importante, mais do que "decorar" o que falo, "compreender" as entrelinhas. Não somos ainda até aprendermos sozinhos, mas sobretudo, com os outros. E aprendido, nunca mais se "perde" essa memória, seja motora ou emocional (mental, imaginária). Desse modo, sabemos que o mundo nos chega (pela ótica da ciência) pelos sentidos.

Descrevo aqui basicamente a divisão do sistema nervoso (SN): Central e Periférico e suas subdivisões (Autônomo: simpático e parassimpático e Somático). Abordo também a anatomia e fisiologia do neurônio (polarização, hiperpolarização e despolarização), e finalizo, já preparando para a próxima aula, o Potenciação de Ação neuroral. Aula importante, apesar de mais biológica por assim dizer, mas vem com o tio que vai dar certo. Confia!

Apresentação do novo curso gratuito em podcast com as ementas e o conteúdo programático que será abordado nas próximas aulas. Um convite a você se aventurar nesta viagem sobre o que acontece quando não há mais nada a acontecer. Sejam bem-vindos!

Palestra ministrada em Santos/2016 aonde sintetizo a tese do Yoga Contemporâneo, aonde descrevo as fases do yoga desde Patanjali (período clássico com seus Yoga Sutras), passando por Matsyendra (período medieval com Hatha-Yoga Pradipika e Gheranda-Samhita) até a sua contemporaneidade de Vivekananda, Kuvalayananda e Krishnamacharya. Finalizo no Brasil com as duas figuras antagônicas, mas imprescindíveis, Prof. Hermógenes e Ms. DeRose e suas perspectivas "híbrida" e "tradicionalista", respectivamente.

Um podcast que aborda a importância do mundo ioguico brasileiro (professores, alunos e professores que formam professores), rompam a alienação em que se encontram de mercantilismo do ioga e percebam que estão sendo absorvidos pela teologia da prosperidade protestante norte-americana e europeia e produzindo com as suas aulas, muitas vezes, não alunos em kaivalya, mas em consumidores ávidos.

Em Busca Do Afeto Perdido by Dr. Roberto Simões

Leitura e discussão de um artigo no prelo sobre as novas construções do ioga no Brasil: samadhi, klesas, kaivalya e samsara sendo reformados os seus conceitos. O ioga cura o mal-estar no brasileiro que vive nas megalópoles brasileiras, mas antes nomeia e identifica no copo (embodiment) o mal-estar incorporando-o como estresse/klesa. As práticas do ioga se transformam em processos rituais de cura pelo pelo relaxamento espiritualizado em busca de um estado transcendente de homeostase divina.

Uma aula a tarde em Sampa em uma formação de yoga restaurativa apresento a noção da "fisiologia da religião". O funcionamento do corpo além da fisicalidade que vive nas religiões e espiritualidades. Pensando a religião como um sistema cultural que transita na sociedade com outras perspectivas de conhecimento da realidade, sabe-se que nunca morremos e não perecemos pois, em última análise, possuímos mais de um corpo. Além do corpo biológico (que a ciência investiga), existem os denominados corpos "sutis", metafísicos, portanto, transfisiológicos pois transcendem a fisicalidade que as religiões e espiritualidades utilizam como suporte intelectivo, mas sobretudo, (supra)sensível, para explicar as suas narrativas de realidade. No caso do ioga, a fisiologia da religião e suas percepções (intuições)místicas ajudam ao seu microuniverso, convertido em suas crenças, a superar as agruras da vida.

Uma análise sobre o por quê de ser importante discutir e pensar o ioga como um novo fenômeno social brasileiro. Pouco se escreve sobre o ioga fora do âmbito da cura e terapia de doenças. Isso reflete uma parcela da população urbana das grandes metrópoles brasileiras descrentes ao sistema de saúde alopático e que vem construindo sentidos de vida pautados nos ensinamentos ioguicos. As escrituras do ioga, por outro lado, foram escritas por homens (gostaria de dizer também mulheres, mas não existem) que estabeleceram comunicação direta com o mundo espiritual (místicos: os que têm acesso ao mundo suprassensível direto, sem intermediários). Estes textos são, dessa forma, "perfeitos em si mesmos" pois são advindos de um "outro mundo" (sempre mais elevado que este, mesmo que na imanência). O ioga, assim, não pode ser considerado filosofia ou ciência pelo simples fato que o saber destes são verdades de homens e mulheres, portanto, falíveis e imperfeitas em si mesmas. Qualquer discurso místico ou espiritual é infalível

Um áudio curto com conceitos com o propósito de lhe ajudar a compreender melhor outros textos e podcasts sobre o ioga. São chaves do "castelo" do ioga brasileiro e espero lhe permitir adentrar melhor no entendimento do microuniverso ioguico no Brasil.

Há muito me intriga a filosofia contida na teologia ioguica. Todos no microuniverso ioguico brasileiro bradam a filosofia ioguica ser "não-dual"; entretanto, sempre me perguntei como é possível algo ser "não-dual" e acreditar em uma alma imaculada e eterna vivendo em um corpo que se afeta e perece em contato com o mundo? Neste texto abordo e esclareço o que a filosofia compreende como pensamento dualista a partir de Platão, e monista a partir de Spinoza. Será que o SEU ioga é dualista ou monista?

Entrevista com Profa. Miila Derzett (Gazeta/SP) by Dr. Roberto Simões

Inspiração da filosofia de Schopenhauer

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