Sinopsis

Os poemas de De Franceschi são ao mesmo tempo sensuais e eruditos. As palavras, buscadas com precisão, oferecem a música de seus sons para dar nome, com delicadeza, mas incisivamente, às coisas - presentes e passadas.
O contraponto entre a musicalidade das palavras e o rigor da composição, entre a maneira que tem o poeta de entrar no assunto com leveza e de ao mesmo tempo conferir-lhe a força da revelação, caracteriza o poeta Antonio Fernando De Franceschi, não deixando dúvida quanto à importância dessa poesia mineral, feita de pedras, de paisagens bruscas e desse outro minério que é o produto da memória.
Esse jogo de contrastes ainda tem uma função especialmente sutil: a de criar uma superfície de tensão que funciona como o lugar da síntese. É como um continuum a unir os poemas do livro; nele se entrevê a melancolia do poeta: o sentimento de que o que se vive se perde, o que se percebe se dissipa - sem que por isso se desista de seguir buscando, e de retomar o perdido.
Os temas das sete suítes são "Pirassununga" (memórias da infância), "Asa e vento" (uma contraposição entre passado e presente), "As formas clássicas", "As palavras", "Poços de Caldas", "Retratos" e "Inquietudes".
Em carta ao poeta, disse Antonio Candido: "Os seus poemas registram a nossa condição de seres condenados a não obter a plenitude desejada. No entanto, sabemos que o nosso destino é morder a polpa azeda do possível e seguir vivendo."